Andressa Lelli
Tripulantes do veleiro desaparecido em águas brasileiras (Reprodução/Facebook/VEJA)
Familiares de quatro argentinos, desaparecidos há 23 dias em águas brasileiras durante viagem de veleiro rumo ao Rio de Janeiro, recorrem às redes sociais para convencer as autoridades argentinas e brasileiras a retomar as buscas pelos tripulantes, interrompidas no último domingo. Alejandro Vernero, Jorge Benozzi, Horacio Morales, os três de 62 anos, e Mauro Capuccio, de 35, embarcaram em Buenos Aires, na Argentina, no dia 22 de agosto e tinham previsão de chegar à costa carioca cerca de 15 dias depois. Na tarde do quarto dia de viagem, porém, o veleiro emitiu um sinal de socorro ao Serviço de Busca e Salvamento da Marinha argentina. Uma forte tempestade no litoral do Rio Grande do Sul fez o veleiro adernar. Desde então, nenhuma outra comunicação foi feita.
“Temos certeza de que os quatro estão vivos”, diz Giovanna Benozzi, mulher de Capuccio e filha de Benozzi. Os parentes dos desaparecidos mantêm a esperança de que vão revê-los com vida, principalmente depois de contratarem um serviço de buscas via satélite que conseguiu captar imagens de um veleiro semelhante em área ainda não vasculhada. “Um veleiro não afunda. Se tivesse ocorrido uma desgraça, encontrariam restos de madeira, corpos, partes do veleiro, mas não encontraram nada", diz Jimena Ferriol, ex-noiva de Cappuccio. Os familiares sustentam que Vernero "é muito experiente em navegação" e que dois dos tripulantes são médicos.
Segundo Giovanna, os tripulantes sobreviveram à tempestade porque emitiram sinais de localização durante 13 horas seguidas depois do adernamento. "A última comunicação clara foi na noite do dia 26. Depois, ouvimos apenas o ruído do vento."
A certeza da sobrevivência dos tripulantes fez os parentes dos desaparecidos criarem umapetição on-line para solicitar a retomada das buscas. Até a tarde desta quinta-feira, o documento reunia 30.908 assinaturas.
Jimena Ferriol, ex-noiva de Cappuccio, que está envolvida nas buscas a partir da Argentina, explicou que são necessárias 100.000 assinaturas para que o governo argentino acate o pedido.
Após 19 dias de buscas, que percorreram uma áerea de 557.200 quilômetros sem encontrar nenhuma evidência de sobrevivência dos tripulantes, autoridades argentinas e brasileiras recolheram as equipes. Apenas alguns objetos foram encontrados no dia 29. No entanto, não há comprovação de que pertençam ao veleiro argentino. Segundo o comando do 5º Distrito Naval do Rio Grande do Sul, as buscas foram suspensas “até o surgimento de novos indícios da localização da embarcação”.
Imagens de satélite encontradas em comparação com o modelo do veleirop Tunante II
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