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O vice-almirante Alípio Jorge, que acaba de assumir o Comando do 4º Distrito Naval |
Cleber Barbosa
Da Redação
Soamar Amapá – O senhor acaba de assumir o Comando do 4º
Distrito Naval e nessa primeira visita à Guarnição Militar do Amapá como
encontrou a representatividade da Marinha do Brasil por aqui almirante?
Alípio Jorge – Efetivamente essa foi uma excelente
oportunidade de poder participar com o general Ferreira da entrega do diploma
de cidadão honorário do estado do Amapá. Ao mesmo tempo, como primeira visita oficial
ao estado no comando do 4º Distrito Naval, poder visitar o governador, o
prefeito de Santana, a Companhia Docas e fazer a visita de inspeção na nossa
Capitania Fluvial do Amapá, o que foi muito importante para mim nesse momento.
Estar aqui, conversando com todos para ter o sentimento do governo e das
pessoas sobre a participação da Marinha nessas atividades do estado e do
município.
Diário – A população do estado vem acompanhando ao longo dos
anos o crescimento da presença da Marinha no estado, desde a Delegacia até a
criação da Capitania dos Portos, então a pergunta é sobre o olhar do Alto
Comando para esta região da Foz do Amazonas?
Alípio – A missão da Marinha na Foz do Amazonas na verdade começou
até com os portugueses... [risos] E a Marinha do Brasil tem procurado dar
prioridade e importância. Paulatinamente, tem procurado incrementar as
atividades da Capitania aqui. E diferente até de outras regiões do Brasil, aqui
na região da Foz do Rio Amazonas as atividades da Marinha do Brasil podem ser vistas.
O navio quando se afasta do litoral a população não vê mais, mesmo que ele
fique um mês operando. E aqui as atividades são mais voltadas para a parte da
inspeção naval, a parte da formação das pessoas que trabalham no rio, a conscientização
da segurança da navegação, enfim, tudo isso é muito importante e essas
atividades nós procuramos incrementar cada vez mais.
Soamar – A Marinha do Brasil aqui no Amapá faz um trabalho
mais administrativo então, portanto a parte mais operacional se concentra em
Belém, no seu distrito Almirante?
Alípio – Isso. A Marinha, diferente do Exército, por
exemplo, ela não deve estar na cena de ação parada. Ela deve estar na área de
interesse em movimento, então nós temos uma característica que é a mobilidade,
ou seja, poder chegar rapidamente a qualquer local, e o que nós chamamos de
permanência. Então a Marinha sai com seus navios, vai para uma área e permanece
numa área muito tempo. Então o fato da Base ser em Belém, e é uma posição já
antiga lá, isso não quer dizer que na parte operativa a prioridade seja o
estado do Pará, ele não é. O nosso Distrito prioriza as operações no mar do
Piauí ao Amapá e prioriza nos rios os estados do Pará e do Amapá
principalmente.
Soamar – Já que o senhor está explicando essas diferenças
entre a Força Terrestre através do Exército e a Força Naval, que é a Marinha do
Brasil o que é possível falar em relação à instalação de uma Brigada do
Exército no Amapá. A exemplo do Exército a Marinha também poderá aumentar seu
efetivo por aqui?
Alípio – Não o fato do Exército estar aumentando a sua
participação, mas o fato da Marinha continuar fazendo estudos sobre aonde ela
se faz mais necessária. Então temos estudos, temos estudos no estado do Amapá,
mas ainda sem nenhuma definição sobre aonde nós podemos ter alguma organização
a mais. Mas eu repito, o mais importante não é ter uma organização, o mais importante
é ter os militares da Marinha e as embarcações, navios e lanchas, apoiando e
participando das atividades marítimas.
Soamar – Particularmente o que poderá ser uma marca de seu
comando à frente do 4º Distrito Naval, o que o senhor vislumbra como política
de gestão para esses próximos dois anos e que pode adiantar para gente?
Alipio – Eu não quero dizer que eu tenho uma meta, um
objetivo principal pessoal. O que eu vou procurar é observar o que é mais
importante para as regiões, pois entendo que mais importante do que atender um
propósito meu é procurar apoiar os objetivos das regiões, então vou buscar o
desempenho das atribuições das atividades da Marinha apoiar o desenvolvimento
econômico e social através das nossas atividades. O mais importante é o que é necessário
para cada região e como a Marinha pode, desempenhando as suas atividades,
contribuir para isso.
Soamar – Para fechar Almirante, qual mensagem o senhor poderia
deixar para aquelas pessoas que diariamente utilizam aquilo que se chama de
estradas dos ribeirinhos, que são os nossos rios infindáveis da região
amazônica, na área que a Marinha do Brasil tem essa jurisdição bem grande
aliás. Um ‘aviso aos marinheiros’, como se diz no jargão naval?
Alipio – O mais importante é a vida humana. Então que cada
um que use os rios tenha a preocupação de buscar a habilitação necessária para
usar o rio, navegar com suas embarcações com segurança e contribuindo não só
com as suas atividades, mas contribuindo com sua própria segurança. A vida
humana é a parte mais importante, repito.
Soamar – Muito obrigado pela entrevista Almirante.
Alípio – Eu que agradeço, contem sempre com a Marinha do
Brasil.
Perfil
Entrevistado. O vice-almirante Alipio Jorge Rodrigues da Silva é natural do Rio de Janeiro. Foi declarado guarda-marinha em 13 de dezembro de 1980. Entre seus principais cargos ou Comissões, o Navio-Escola “Custódio de Mello”; Fragata “União”; Navio de Desembarque-Doca “Ceará”; Imediato da Estação Rádio da Marinha em Brasília; Comandante do Navio-Patrulha Fluvial “Raposo Tavares”; do Navio- Escola “Brasil”; do Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão; Chefe do Estado-Maior da Esquadra; Coordenador da Manutenção de Meios da Diretoria-Geral do Material da Marinha; e Diretor de Comunicações e Tecnologia da Informação da Marinha. Antes de assumir o 4º Distrito Naval, em Belém, era Diretor de Sistemas de Armas da Marinha.