Este Blog é destinado a compilar ideias, pensamentos e notícias que ajudem a se saber mais a respeito da Marinha do Brasil, por iniciativa da Sociedade Amigos da Marinha, no Amapá. A Soamar-AP é composta por personalidades agraciadas com a Medalha "Amigo da Marinha", além do corpo de oficiais da ativa, da reserva e de seus sócios Beneméritos e Honorários.

Segurança da Navegação

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Superlotação e transporte de combustível ainda são as principais irregularidades nos rios do Amapá

DSC 9300 PB
Por Andreia Maciel

Durante o ano de 2014 aconteceram alguns acidentes marítimos que chocaram a população, dentre eles os casos de explosão de embarcações devido ao transporte ilegal de combustível no início do ano, pessoas flagradas conduzindo embarcações sem carteira de habilitação e o recente caso da morte de Alexander de Souza, de 10 anos, vítima de atropelamento por uma lancha no Igarapé das Pedrinhas.
O Comandante da Capitania dos Portos, Lúcio Marques concedeu entrevista ao Jornal do Dia para explicar como funciona o trabalho da corporação na tentativa de coibir tais acidentes e infrações. Garantindo assim, a segurança da população.
Jornal do Dia - Como foi o trabalho de vistoria da Capitania em 2014 e quais as principais infrações encontradas?Lúcio Marques: De janeiro a novembro deste ano vistoriamos 3.500 embarcações, ainda não fechamos o ano, mas já estamos à frente do ano passado. Em 2013 foram 3.100 embarcações fiscalizadas. Dentre as principais infrações, no caso de embarcações de esporte recreio que são aquelas utilizadas no lazer, estão a falta do uso do colete, problemas na documentação de registro da embarcação, problemas na habilitação dos condutores. Nas embarcações de linha, responsáveis pelo transporte de pessoas, verificamos a questão de superlotação, transporte irregular de combustível, entre outros.
Jornal do Dia – Qual a periodicidade das fiscalizações?Lúcio Marques: Existe um planejamento, por exemplo, no caso do esporte e recreio, não adianta realizarmos fiscalizações de segunda a sexta-feira, pois ninguém está praticando esse tipo de lazer, então programamos e focamos nos finais de semana e feriados, quando as pessoas saem com o jet ski e com a lancha.
Para as demais embarcações, nós verificamos a maré principalmente do Igarapé da Fortaleza até o Jandiá, que funcionam diretamente em função da maré e de acordo com este quesito fazemos nosso planejamento para fiscalizar tanto do dia quanto a noite.
Por exemplo, no porto do grego, não tem tanta influência da maré e procuramos estar periodicamente fiscalizando verificando as condições da embarcação, a superlotação, se a tripulação está completa, se todos estão habilitados e se a tripulação passa as instruções de emergência para os passageiros.
Jornal do Dia – Vocês recebem muitas denúncias?Lúcio Marques: recebemos menos denúncias do que gostaríamos. Utilizamos um procedimento para evitar os trotes, quando a pessoa liga, nós pegamos o número para retornarmos e confirmar a informação, até para que não deixemos de verificar algo importante para ir atrás de uma informação falsa. Mas sempre verificamos todas as denúncias realizadas. Infelizmente algumas são trotes.
Jornal do Dia – Qual o contingente designado para as fiscalizações?Lúcio Marques: Nós temos 6 militares para a equipe de inspeção naval divididas em 2 equipes, e de acordo com a demanda nós criamos equipes extras com o pessoal que não é da inspeção naval, justamente para ter uma atuação maior.
Quando nos deslocamos para municípios mais distantes de Santana e Macapá, que são os locais de atuação da equipe de inspeção naval, nós sempre enviamos equipes extras para não desfalcar a equipe de inspeção, por exemplo, quando realizamos fiscalizações no Bailique, Oiapoque, Chaves, Afuá, entre outros.
Jornal do Dia – Essa equipe é suficiente para realizar um serviço de qualidade à população?Lúcio Marques: Sim, pois trabalhamos de forma planejada, pois assim conseguimos fazer uso inteligente do material físico e pessoal disponível para a capitania e atender as demandas da população.
Jornal do Dia – Qual a realidade marítima em 2014?Lúcio Marques: Aumentamos as fiscalizações e verificamos uma melhora no uso dos itens de segurança, várias embarcações já estão utilizando esses materiais de socorro sem que a Capitania cobre. Ao realizarmos fiscalização nos portos, percebemos que as embarcações superlotadas também diminuíram, mas infelizmente quando elas saem e deslocam-se para outras localidades, entram mais pessoas e acontece a superlotação. É neste momento que entra a importância da denúncia, ficamos esperando que alguém denuncie essa prática para que possamos agir.
Quanto às explosões de barcos por abastecimento irregular de combustível que aconteceram no início do ano, após os fatos, demos um maior foco neste sentido em nosso planejamento, desde então não ocorreu nenhum caso. Nós já flagramos essa prática e multamos várias embarcações. Os proprietários e condutores estão se preocupando mais após verem que pessoas estavam morrendo. É claro que essa irregularidade ainda acontece, mas conseguimos diminuir.
Queremos oferecer um melhor serviço à população que é garantir a segurança.
Jornal do Dia – Como a corporação se sente quando essas tragédias acontecem, mesmo com todo o planejamento e ações de fiscalização? Lúcio Marques: Eu como pai fico muito triste.  No caso da morte da criança, poderia ser qualquer um de nós em uma situação como essa, mas temos consciência de que não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Justamente quando acontecem acidentes, nos alerta para o nosso trabalho. Estamos em constante planejamento para incluir outras regiões de possível acidente, mapeamos esses locais e nos readequamos para dar maior foco nesses locais.
É importante que a população saiba que estamos sempre preocupados em prestar o melhor serviço. A população é o nosso cliente. Por isso ressaltamos a importância de sua cooperação. 
Denuncie pelo disque segurança navegação 0800 280 72 00 recebemos todas as denúncias e vamos apurar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário